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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

polícia da maternidade

Um pequeno texto sobre ser mãe (ou não).

Hoje, no escritório, vi a foto de uma bebê, sobrinha do meu chefe, achei uma graça e comentei algo do tipo "ah, que lindinha, dá até vontade de ser mãe!", pronto, confusão armada. Na hora a minha chefe começou uma enxurrada de comentários bem hostis, do tipo:

- ué mas você não toda anarquista? (???)
- como assim, uma feminista querendo ter filho?! (!!!)
- você não diz que não vai casar.
- você é contraditória, Bia, como pode?!

Gente, não estou louca mas acho que ela tá, ou no mínimo não sabe o básico dos conceitos que envolvem o meu estilo de vida (em eterna construção). Pouco sabe de liberdade e da vida libertária.
Retruquei, não da forma incisiva que ela merecia, mas tentei demonstrar de forma clara de que levo a política a sério, e tento agir em todos os campos da minha vida de acordo. Falei algo do tipo "ué, eu sou livre, anarquismo me dá amparo pra lutar contra o Estado, o feminismo me dá segurança e força pra tomar as decisões que envolvem o meu corpo e a minha luta - o que incluí optar pela maternidade, e casar é simplesmente o ponto mais imbecil, minha mãe criou três filhos sozinha, ponto.

Não sei se quero, ou não, um dia ter um filho, mas ninguém nesse mundo pode me dizer o que fazer em relação à isso, e me chamar de contraditória foi o que me deixou mais puta da vida nessa acusação e constatação policialesca (e completamente dispensável).

Obrigada, da minha vida cuido eu, e conselhos só aceito de quem me quer muito bem (e quando eu peço).




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