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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

segurança pra quem?


Ontem fui fazer a unha com uma manicure nova, gostei dela de cara, faz o perfil “humor ácido-respondona- gente boa”. Sabem como é, papo vai, papo vem entre um tapa na mão e outro (pra relaxar e não tirar nenhum bife) ela começou a me contar a sua história, e eu fazia o mesmo, mas uma coisa me chamou a atenção – a história do seu filho.
O filho dela tem 16 anos, MC do funk, nascido e criado na periferia de São Paulo, filho de mãe negra e pai branco, ambos com uma educação diferenciada do seu meio (ela morou por dois anos na Califórnia, voltou pra poder fazer a vida perto da mãe), enfim. Ela teve um “pressentimento” com o seu menino (além de manicure ela é praticante do Candomblé, com dons de vidência), no dia que sentiu algo de mal e ficou com o coração apertado o seu filho apanhou da Polícia Militar, apanhou tanto que acabou com uma das pernas quebrada. Perguntei se ela havia feito algo e a resposta foi:
- Como que eu vou fazer alguma coisa? Nos nossos lados a coisa é assim mesmo, se a gente denuncia no dia seguinte a polícia volta lá e acaba matando...
Gente, calma, como assim né?! Como que a população ainda permite a existência da Polícia Militar, e pior ainda, como tem gente que ainda apoia uma coisa dessas? Aposto que diriam “o menino deve ser vagabundo, cantor de funk favelado”. NÃO! Tá errado, ele é um jovem, dentre tantos outros marginalizado por um sistema desigual e opressor, onde a força do medo penetra de forma constante favorecendo uma cultura de violência cada vez mais descarada – em muito por parte da clara impunidade.
TODOS os dias tem gente – negros, pobres, favelados sofrendo abusos por parte da Polícia e do Sistema, poxa vida, até quando?

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